sábado, 14 de abril de 2007

Espelho meu… Há alguém mais complexado do que eu?

Já não é a primeira vez que faço alusão às questões do corpo neste singelo blog. Aliás, este tema está em muitos posts que, por diversas deficiências ou por demasiadas confidências, nunca chegaram a ser publicados.

A época do calor parece ter (finalmente!!) começado! O calor começa a andar no ar, pelo menos à tarde, e os corpos, quais caracóis com predilecção pelo sol, começam a desnudar… Primeiro um dedo do pé numa sandália fresquinha, depois um tornozelo atrevido, um decote, uma saia, e quando damos por nós, estamos de calções e t-shirt vendo as montras da estação que ainda há-de vir…

E é então que elas surgem… Despem-se os corpos de preconceitos e a gordura não é menos infeliz!

Hoje tive o que costumo classificar carinhosamente de choque do ano! Depois de muitos dias entrapada entre meias, calças, camisolas, camiseiros e camisolões, finalmente pus um biquini pela primeira vez. Devo argumentar que não foi para ir à praia, mas sim para ir ter uma aula em outdoor… Mas isso são outras conversas.

Apesar de na minha mente já residirem os receios de uma Páscoa menos aconselhável, do ponto de vista alimentício, hoje tive as confirmações. Ao olhar-me ao espelho deparei-me com a minha figura num soutien e cuecas de época! E que tristeza… depois de vermos os outdoors da Cláudia Vieria, tudo deixa de ter qualquer propósito na vida de uma mulher, pois nunca vamos ser assim… Mas a triste figura, branca, aliás, pálida, de uma anca larga, de uma coxa grossa e de um inestético pneu na barriga que por mais abdominais que faça, jamais desaparece, deixou-me com a auto-estima de rastos.

Gosto muito mais de me ver vestida… Tenho a certeza que no dia em que Eva estendeu uma parca flor de parreira ao Adão não terá sido por se incomodar com o facto de ele estar nu, mas porque, certamente, uma banhinha mal colocada começava a surgir… É que ninguém come tantas maçãs do diabo (deviam ser caramelizadas) sem pagar por isso.

A realidade é que sempre tive complexos com a minha figura feminina, com curvas (e que curvas), as quais nunca soube conduzir por bons caminhos.

Acho que nenhuma mulher está totalmente contente com o corpo que tem… Não, pelo menos, nos 30 dias do mês… Aqueles míticos dias vermelhos arrasam qualquer percepção corporal mais equilibrada e acho que isso contribuiu fortemente para a visão deplorável que percepcionei naquele espelho. Claro está que mil e uma resoluções se fixaram na minha mente, lá no canto escuro onde costumo por as resoluções de ano novo. Claro está que lhes entreguei uma lanterna para viajarem pelo resto do cérebro para que, arduamente, convencessem as outras áreas a fazer uma dieta de necessidades de açúcar. “Há que convencer a atenção e a concentração de que o açúcar não é uma alternativa viável” – disse-lhes.
O curioso é que essas resoluções são um pouco feitas da sua própria essência e, de facto, são compostas por muita pouca vontade e capacidade de persuasão.

Ainda agora, e já vamos a meio tarde estou de tal modo abalada que me apetece um gelado. A minha mente abre-me caminho até à publicidade dos novos magnuns que me parecem geniais na sua composição malévola para qualquer melhor intenção.
Por outro lado, a minha imagem corporal da adolescência, de uns kilos e números a mais do que o recomendado, persegue-me, acrescentando umas gramas à consciência. Se olhar à volta sou capaz de encontrar 10 exemplos piores que os meus e isso, paradoxalmente, alimenta as duas partes de mim.

Quero acreditar que é possível ter um corpo de sonho… Porém reside a dificuldade em perceber se esse corpo só existe no mundo dos sonhos ou se apenas se mantém pela mesma fracção de segundos, para rapidamente ser substituído pela realidade comum: um kilo a mais e gordura localizada.

Boa entrada na época Primavera/Verão a todos!

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Impasses

Acreditar no futuro é uma necessidade intrínseca ao ser humano... E eu não sou excepção.

Quero acreditar, neste momento, que vou ter a oportunidade de realizar os meus projectos... A frustrução, por vezes, ocupa-se de mim. Quero esconder-me dela, mas é grande o suficiente para me encontrar nos cantos em que me escondo.

Olho à minha volta. Será que fiz o suficiente para cumprir os meus projectos? Será que me esforço o suficiente para chegar até aos meus objectivos? Tento, mais uma vez, olhar de forma positiva para o futuro... Mas qual futuro? A indecisão apodera-se de mim.... A incerteza é premente, permanente, perceptível...

Como soo aos ouvidos de todos aqueles que nem uma situação precária têm? Injurío a oportunidade que me foi dada... Mas queria saber o que me espera... Posso olhar para o futuro? A incerteza faz parte da vida... No entanto, acho que ainda não tenho maturidade suficiente para a compreender, para ver a sua beleza e aprender a lição que me quer dar...

Tudo é incerto... a própria vida tem um fim, incerto... E isso não nos incomoda minimanente... Queria fazer o mesmo com o resto? Quem me ensina?