domingo, 18 de maio de 2008

Quando dizes que me amas...


É tão bom quando te ouço dizer que me amas... Com cada letra, em cada frase e a cada momento... De cada vez que dizes que me amas tem um sabor diferente, tem um significado diferente.

Por vezes é como um agradecimento... Quando vamos no carro, que me agarras a mão, quando olhamos o céu, quando ficamos entre lençóis...

Outras vezes é como um pedido... Quando vemos o futuro a caminhar na nossa direcção, sem reconhecermos os percursos por onde a vida nos vai levar....


Às vezes é como uma brincadeira, com carinho, com amor...

Tantas vezes é "amo-te" para terminar uma frase, um telefonema uma mensagem...

Mas o que gosto mais é quando ficas em silêncio, deitado ao meu lado, procurando nos meus olhos, em surdina, a resposta à pergunta "amas-me?"... E assim, sem palavras, dizes que me amas, de uma forma única, deixando transparecer o desejo, a paixão, a forma doce como me tratas...


Amo-te...

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Mudanças na Língua Portuguesa

Deparei-me, ontem, e com alguma incredulidade permitam-me acrescentar, com a uniformização da Língua Portuguesa.
A língua em que Camões epicamente escreveu os Lusíadas, a 3ª língua mais falada e usada na Europa, a quinta língua com maior expressão no mundo, vai mudar.

A sua diversidade, intrínseca à história do nosso povo, há culturalização de outros povos e às influências dessas mesmas populações, vai agora ser reduzida para que haja uma maior concordância entre todos os países.

Não costumo ser nacionalista fanática, mas a forma como falamos e, consequentemente, como escrevemos faz parte da nossa identidade e da nossa cultura.

A tentativa de uniformização é importante, mas as mudanças serão complicadas de ingerir para quem sempre escreveu húmido com "h".

Compreendo as dificuldades sentidas pelos trabalhadores que dependem da língua, como tradutores e afins, sempre que têm que adequar as traduções às modificações dos países, quando a base é a mesma...

No entanto, a modificação de 1,6% da nossa língua é o suficiente para me deixar triste pela necessidade que temos de perder 1,6% da nossa identidade, da forma como nos expressamos e por termos que combater a frustração das repreensões (bem dadas, por sinal) dos professores, sempre e quando, "assassinávamos" o nosso Português.

Tenciono tentar adaptar-me. Não gosto de ser velho(a) do Restelo, que se recusa a aceitar tempos de mudança e de evolução. Espero que o poeta tenha razão e que a velha máxima da Coca-Cola se possa agora adaptar a esta nova condição:
- Primeiro estranha-se, depois entranha-se!

Boas mudanças.

Metamorfose

Luz,
Fascínio em mim que antevejo no teu reflexo

A loucura do mundo
a tristeza das gentes

a doçura das crianças
contrastam cambiando a visão da vida

Liberto-me do meu ser
para ser verdadeiramente quem sou
Procuro-me nas ruelas
Procuro-me nas casas
Procuro-me nos montes
Não me acho

Encontro-me quando me perco
Sem noção do tempo
Sem querer saber do espaço

Fecho-me
Visto-me de roupagens de outrora
Vergando-me perante a minha insuficiência

Cresço
Sofrendo e amando
Vejo-te novamente
Agora reflectido em mim
E nesse momento sei

Foste feito para mim

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Mudar

Tenho dias em que me sento ao volante do meu carro e em vez de percorrer as estradas cinzentas que se estendem à minha frente, percorro os caminhos das minhas interrogações.

Estamos constantemente em evolução. É um facto! Olho à minha volta e reflicto sobre tudo o que me cerca. A selva de pedra que deixo para trás esconde segredos de desenvolvimento tecnológico que, por mais anos que viva, nunca dominarei. O Sol que me encandeia a visão por breves instantes está medido, tem massa e sabemos a quanto dista de nós... Estamos rodeados de conhecimento...

E, então, os meus ouvidos filtram as notícias da manhã, deixando-me desiludida com o que oiço... As notícias trazem uma quantidade de afirmativas sobre a natureza humana que me fazem crer que, durante a noite, aterrei num planeta desconhecido.

Será que a par de tal evolução tecnológica nós, os homens, avançámos? Penso, então, no que é necessário para mudarmos... Enquanto sociedade humana evoluímos... Alegro-me enquanto relativizo o que ouvi e me faço crer que as atrocidades são comportamentos desviantes, individualizados e contextualizados num meio desfavorável a outras condutas. A inevitabilidade cerca essa ocasião e deixa-me mais relaxada quanto ao futuro da humanidade.

Mas será que nós fazemos um esforço para mudar? O que nos custa mudar? São interrogações que me ocupam o pensamento por algum tempo.

O processo de mudança não nos é fácil... Implica reconhecermos que não somos perfeitos, que não somos infalíveis e que não somos senhores de todo o conhecimento... A partir desse acto de humildade, procuramos dentro de nós a causa de todo o mal! Inicialmente, custa olhar para dentro de nós. É doloroso! Encontramos caprichos, orgulho, teimosia, reparamos como temos um feitio difícil. Recusamo-nos a reconhecer perante os outros, mas começamos a reconhecer para nós que a vida é consequência da nossa postura no mundo.
A pouco e a pouco vamo-nos abrindo a essa viagem interior. Nem sempre fácil, em linha tortas, com situações recalcadas e mal vividas. Magoámos sem sabermos... E isso custa a aceitar...
Mas é chegado o momento da libertação. Identificado o problema, começamos a delinear uma estratégia para a mudança.

Mas por onde começar? Está tudo confuso, está tudo misturado! Sentimo-nos perdidos dentro desse processo de alteração pessoal... Choramos, resignamo-nos, irritamo-nos connosco quando nos parece que não saímos do mesmo sítio. E às vezes nem nos mexemos um milímetro.

Até que um dia, passados meses, anos talvez, acordamos e verificamos que mudámos. Para melhor...

A mudança acaba por ser um decepar de ramos mortos, folhas envelhecidas e com necroses, que arrancamos do nosso tronco, dolorosamente... Não admira que tentemos, primeiro, não mudar!

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Noites de televisão

Ontem foi uma autêntica noite de televisão, merecedora de denominação "serão de domingo"... Sabem quais são? Aquelas cujo conteúdo televisivo não tem grande interesse mas que fazemos um esforço para ver porque não há nada mais a fazer... Como se fosse domingo!

E como se fosse domingo deu o programa ex-libris da RTP1 que, em tempo idos, todos viamos como se de novelas se tratassem... O que é feito do 1,2,3... O que é feito de uma Roda da Sorte... E a Com a Verdade M'enganas! Nada substitui esses velhos programas de entretenimento. Mas ontem, como todos os dias, foi dia de Herança! E para mim é o programa mais irritante de toda a televisão portuguesa... E não o é pela apresentadora, nem pelo suspense que cria, mas pela estupidez do último jogo.

Ora vejamos... Um sem número de palavras que estão, por sua vez, relacionadas a outra... Mas sem qualquer relação aparente entre elas! Depois de ontem, que foi o cúmulo, pus-me a pensar em diversas formas de fazer relações daquelas... Vejamos se me saí bem... As pistas são:
-Treta
-Lisboa
-Pessoas
-Dificuldade
-Dinheiro

Não, não é Governo, nem José Socrates, nem nada dessas coisas... É Herança! E porquê? Porque a Herança é uma treta; porque é filmada em Lisboa; participam pessoas; tem um alto grau de dificuldade; e dinheiro porque nunca dá prémios!!!

Como diría Fernando Pessa... E esta hein!

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Então, quando casas?

- Daqui a uns dois, três anos - tipifico eu, com um sorriso na cara, mas com um ar malicioso por dentro.

Nos dias que correm, com os anos a passar, essa questão parece tornar-se cada vez mais insistente na vida de uma mulher. Aprecio todos à minha volta quando me fazem uma questão semelhante, e observo os seus ares ávidos de um vestido branco, de um copo-de-água, de um bouquet de flores!!!

Pois é, caros leitores. Com vocês posso desabafar...

Mas porque é que tem que fazer do imaginário de todas as mulheres o dia do casamento? Será que é um passo assim tão essencial na vida de um casal? Será que não podemos ser felizes sem o stress que antecede qualquer festa de tal gabarito?

Eu não tenho essa ambição. Não me vejo requintadamente na nave de uma igreja, ao som do Avé Maria, cantado por uma soprano lírica que nos levou os olhos da cara para 10 minutos de música. Nunca tive pretensões de ser princesa por um dia... Por outro lado, não concebo um casamento meu, com um trabalhador do cartório, dizendo uma lengalenga interminável, pondo a minha vida a nu perante um sem número de pessoas que se emocionam perante tal palavreado.

Efectivamente, olho para uma relação como sendo a expressão máxima de dois seres que se amam, que partilham sentimentos, espaço físico e que procuram construir uma vivência conjunta. Gosto de acreditar que as emoções de uma festa de casamento são para serem vividas ao longo de todos os momentos, que essa felicidade pode ser estendida e mantida ao longo de diversos anos. Para quê gastar tudo num dia?

Por isso, comecem a enviar as prendas, porque pretendo apenas "ir casando"... E já sabem, se estão à espera da festa... Daqui a uns dois ou três anos, sensivelmente, independentemente da data em que perguntarem...

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Verão!??! Onde!?!?

Uma pessoa por vezes perde a noção do tempo... Há imenso tempo que não me agarrava ao teclado do meu pc para me dedicar a este meu cantinho de desabafos e reconhecimentos pessoais.

Hoje, especialmente, faz um dia cinzento, quando a expectativa seria de estar calor, sol, e nós deveríamos queixarmo-nos junto dos colegas de trabalho de como não conseguíamos dormir. Ao contrário dessa sensação desconfortável olho-me ao espelho e vejo-me de sapatos fechados (ao invés das habituais sandálias usadas nesta altura do ano) e de camisola de manga comprida, vestida por cima da t-shirt.

Eu sempre fui friorenta. Mas num dia como o de hoje, em que já choveu e o céu teima em estar cinzento, considero que todo o ser humano normal deve sentir algum desconforto em andar despido "à verão"...

Porém, qual não é o meu espanto e incredulidade, quando ao ir às compras observo um sem número de pessoas, passeando a unha do pé em sapato aberto, e mostrando a axila, quase como se de um anúncio DOVE se tratasse... Efectivamente alguma coisa está mal no mundo.

Verificando atentamente este fenómeno, vejo que algumas pessoas estão, de facto, com frio. Evitam a zona dos iogurtes no hiper, está muita gente nos corredores fechados, mas mesmo assim, há uma faixa de pessoas (e bem alargada por sinal) que permanece na rua, sentada em esplanadas, entrando e saindo de lojas sem aparente conhecimento da situação climatérica que está à nossa volta.

Acho curioso... E no fundo a inveja ataca-me! Como gostaria de ser assim, despreocupada com a temperatura, passear-me na mesma, sonhando com um sol radioso e recusando-me a acreditar que o planeta fez uma inversão no eixo e que, de facto, estamos a andar para o inverno, em vez de andarmos para o verão... Ajudem-me por favor... Digam-me que não sofro de nenhum desvio de temperatura basal...

E já agora S. Pedro... Agora que S. António já acabou, pára lá com a ciumeira e manda vir o bom tempo. Um abraço a todos aqueles que conseguem calçar sandálias.