sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Mudanças na Língua Portuguesa

Deparei-me, ontem, e com alguma incredulidade permitam-me acrescentar, com a uniformização da Língua Portuguesa.
A língua em que Camões epicamente escreveu os Lusíadas, a 3ª língua mais falada e usada na Europa, a quinta língua com maior expressão no mundo, vai mudar.

A sua diversidade, intrínseca à história do nosso povo, há culturalização de outros povos e às influências dessas mesmas populações, vai agora ser reduzida para que haja uma maior concordância entre todos os países.

Não costumo ser nacionalista fanática, mas a forma como falamos e, consequentemente, como escrevemos faz parte da nossa identidade e da nossa cultura.

A tentativa de uniformização é importante, mas as mudanças serão complicadas de ingerir para quem sempre escreveu húmido com "h".

Compreendo as dificuldades sentidas pelos trabalhadores que dependem da língua, como tradutores e afins, sempre que têm que adequar as traduções às modificações dos países, quando a base é a mesma...

No entanto, a modificação de 1,6% da nossa língua é o suficiente para me deixar triste pela necessidade que temos de perder 1,6% da nossa identidade, da forma como nos expressamos e por termos que combater a frustração das repreensões (bem dadas, por sinal) dos professores, sempre e quando, "assassinávamos" o nosso Português.

Tenciono tentar adaptar-me. Não gosto de ser velho(a) do Restelo, que se recusa a aceitar tempos de mudança e de evolução. Espero que o poeta tenha razão e que a velha máxima da Coca-Cola se possa agora adaptar a esta nova condição:
- Primeiro estranha-se, depois entranha-se!

Boas mudanças.

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